segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A MAGIA DO NATAL

A Magia do Natal

Tive uma infância muito feliz. Ao ver esta imagem fez-me lembrar uma das tarefas que me fascinava. Logo na primeira semana do Advento ia ao monte apanhar o musgo para fazer o presépio. Encontrava muito no meio das mimosas, metia as mãos por baixo onde vinha pinheirinhos e ouras plantas como queiroz (nesse local agora existe uma variante que liga uma rotunda à outra).
 Minha cozinha era à moda antiga: com forno a lenha, fogão feito de barro que funcionava a a serrim (feito pelo meu pai), fogão a gás, fogão a lenha e lareira à moda antiga.
 O presépio era sempre montado no trafogueiro, onde esta imagem me fez recordar, porque também colocava farinha para marcar os caminhos, todas as semanas colocava os Reis magos um pouco mais à frente, sem perder a luz da estrela que era feita de papel de lustro dourado, até que no dia dos Reis eram colocados em frente ao menino Jesus, assim como os pastores com as suas oferendas.
A noite de Natal era mágica, a nossa família era numerosa (5 raparigas, 4 rapazes e os pais), apesar que alguns Natais, faltava ora um , ora outro irmão por se encontrar na guerra como combatentes de Ultramar, tínhamos uma roupinha nova para estrear no dia de Natal.
Ainda hoje guardo roupa e calçado "de ir à missa".
Antes de nos deitarmos, colocávamos cada um o seu sapatinho na lareira, para que o menino Jesus deixasse as prendinhas, prendinhas que só as víamos no dia de Natal de manhã, a primeira a acordar chamava as outras. E não é que Ele acertava sempre o que tanto pedia, com a fé que sempre me foi transmitida e ainda a pratico e sou ouvida, não para colocar a prendas no sapatinho (essa magia foi-me quebrada tinha eu cerca de 11 anos, nesse momento senti o mundo a desabar), mas para me orientar nas pequenas e grandes decisões da minha vida, e só Ele é que me escuta, entende e atende.
Na cozinha ainda existia uma grande banca de xisto, de uma pedra só, uma grande pergola em xisto que cobria cerca de metade da cozinha que servia para guardar a lenha para todo inverno. Essa pergola como era alta, havia uma escada onde normalmente era eu que subia quer para acamar a lenha, quer para a deitar abaixo, quando era necessária (pode não parecer mas fui sempre muito aventureira, tive uma casinha secreta no meio de um grande caramanchão...).  
Um dia vou conseguir reunir as peças do presépio como os dessa época, pois as mesmas ficaram com uma das minhas irmãs.

Votos de Feliz Natal e que o Menino Jesus nos oriente para um Ano Novo com muito sucesso e a realização de alguns sonhos.